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Spoiler


SPOILER


apesar de um começo

um tanto tradicional,

logo surgem os problemas

e peripécias que fazem

do enredo

– invariavelmente –

uma complexa tragicomédia,

oscilando

do puro “pastelão”

à mais desumana

tragédia.


a acusam,

injustamente,

de uma série chata,

vulgar, estática,

com suas monótonas

temporadas num

sempre mesmo

casa-trabalho-casa

(e, às vezes, farra)

recheada de pequenas

intrigas e míseras

alegrias,

essa coisa melosa

focada no indivíduo

(paixões, traições, trapaças)

tudo junto

numa mistura aguada

de mais-dos-mesmos

gêneros:

do romance à pornochanchada

da fantasia ao terror policial

do cult ao trash com muito

sangue, golpes e heróis

salvadores da pátria


há de se concordar

que, no geral,

a produção é barata


mas,

seus críticos

esquecem

que há uma certa

imprevisibilidade

em cada episódio


– por mais improvável, inverossímil e utópico –


que pode transformá-la

desse pastiche-manjado-de-barbárie

em uma épica jornada

de história e ações coletivas,

numa batalha real

– nada mítica –

pela vida, onde

atores soberanos

criam uma obra prima rara

própria desse gênero

– ainda inédito –

o humano.





(no final,

todos morrem)



(Jeff Vasques em "És fardo ou farda")

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