top of page
cartaz2_edited.png

No "Circo da Miséria", Magrólhos, um errante, desses que "nunca acertam" na vida e só erram por entre ruas e praças,  arma seu circo diário da sobrevivência diante do desrespeitável público passante.


A partir dos restos da humanidade,  do que encontra no lixo,  cria terríveis maravilhas para alimentar seu estômago, sua imaginação e para conquistar olhares, sorrisos, um carinho... ou, em último caso, um trocado qualquer.

Pra isso não mede esforços, fazendo-se dançarino, malabarista, equilibrista, acróbata, mágico, cuspidor de fogo, e o que mais for necessário para domar seus leões, para se fazer um pouco mais visível e humano.

Construído a partir de oficinas e vivências com a população em situação de rua, o "Circo da Miséria" é guiado por suas histórias, lutas e olhares. Através da figura do palhaço-vagabundo, este Circo atinge todas as idades, podendo ser apresentado em qualquer espaço, fazendo rir e desrir, provocando e comovendo.

Acesse o projeto do "Circo da Miséria" : 

pdf.png
magrolhos grande com letreiro circo2-min.png
lixeira.png

83 apresentações 
52  oficinas

porque

O CERCO E O CIRCO DA MISÉRIA!

Vivemos em um mundo em que, segundo a ONU, metade da população mundial vive na pobreza. O Brasil, por sua vez, é o 8º país com maior desigualdade social no mundo e ocupa o 9º lugar no ranking da miséria mundial, onde os 10% mais ricos possuem quase metade da renda do país. Decorre, dessa situação, o alarmante número de pessoas em situação de rua no Brasil, que passa dos 111 mil.

 

O desemprego, a falta de moradia e de acesso a serviços de educação e saúde de qualidade são causas centrais que levam as pessoas para a rua. Ali, são falsamente rotulados de violentos, vagabundos, imorais, o que faz com os passantes hajam com violência ou indiferença: matéria recente indica mais de 17 mil casos de violência no Brasil em apenas 3 anos, sendo que, a cada hora, duas pessoas em situação de rua são violentadas e, a cada dois dias, uma é morta!

A miséria se apresenta, portanto, nessa dupla forma: como pobreza, de um lado, e insensibilidade-hostilidade, de outro. Em ambos casos, perdemos nossa humanidade. Somos, assim, levados a crer que esse é um cerco impossível de se romper, de mudar. 

Mas provamos, ao longo da história, que temos a capacidade de, juntos, tornarmos possível o impossível, algo tão belamente simbolizado nas incríveis façanhas do Circo! A arte e a educação, ainda que não suficientes para a superação da miséria, ajudam a reverter essa indiferença, nos colocando no lugar do outro, nos co-movendo e provocando para uma ação coletiva transformadora. É um pouco do que pretendemos com este desespetáculo: romper o atual cerco e nos fazer circo!

Apresentação do Circo da Miséria no Encontro Sudeste do Movimento Nacional do Povo da Rua

NASCE UM DESESPETÁCULO!

Apresentação no Encontro Sudeste do Movimento Nacional do Povo da Rua
Oficina de palhaço ministrada por Jeff Vasques para a população em siutação de rua no Centro Pop Campinas.

É importante dizer que o contato através das oficinas me aproximou do povo da rua por outros caminhos também, e logo fui me tornando apoiador do Movimento Nacional da População em situação de Rua (MNPR), ajudando a construir seu polo na cidade, participando de encontros municipais e regionais, e estando presente com eles em seus atos políticos. Por tudo isso, gosto de dizer que o "Circo da Miséria" tem a co-direção do povo da rua. 

Oficina com a povo da rua no Centro Pop

Este desespetáculo se constrói também na tradição dos palhaços “vagabundos”, que tem em Carlitos, de Charles Chaplin, sua encarnação mais famosa. Mas também podemos encontrá-los na TV, com Didi Mocó, dos Trapalhões, e no Chaves, do famoso seriado mexicano. Esses palhaços usam da criatividade e de toda seu “jeitinho esperto” para garantirem sua sobrevivência, como abordado por Antônio Cândido em “A dialética da malandragem” e, eternizado, em figuras da cultura popular brasileira, como João Grilo, que se tornou mais conhecido no “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna, ou ainda, com Pedro Malasartes. O palhaço vagabundo rompe com a ideia mais difundida atualmente de que o palhaço é só risos e só para crianças, evidenciando as misérias de sociedade contemporânea.

Chaves, Magrólhos e Carlitos - linhagem de palhaços vagabundos
como

O "Circo da Miséria" nasce a partir de oficinas de palhaço/teatro que desenvolvi junto à população em situação de rua de Campinas/SP, no Centro Pop. Ali, com o apoio fundamental do assistente social, Humberto José, pude me aproximar mais da realidade do povo da rua através do jogo, da encenação, onde suas histórias de vida e de luta surgiam naturalmente.

A ideia inicial era tentar construir uma obra coletiva, em que o próprio povo da rua atuasse, mas logo percebi que isso não era viável, pela intensa rotatividade dessa população no território, dificultando uma continuidade do trabalho. Por isso mesmo, assumi que eu levaria a frente esse "Circo", levantando suas lonas surradas a partir das histórias que traziam, das vivências que tinha com eles fora dos espaços de oficina e, também, a partir dos meus estudos sobre o tema.

OFICINA "A ORIGEM DA MISÉRIA"!

Screenshot 2021-10-26 at 13-40-12 Jeff Vasques ( jeffvasques_eupassarinho) • Fotos e vídeo

Sempre, ao final do "Circo da Miséria, acontece um bate-papo com o público para quebrar os mitos acerca da população em situação de rua. São vistos como loucos, perigosos, criminosos, vagabundos (no sentido negativo da palavra!). Ali, nessa conversa, com informações, dados e um pouco da minha vivência, busco evidenciar o erro dessas visões.

Mas, ainda assim, sempre senti a necessidade de aprofundar ainda mais o debate: pralém de desmistificar o povo da rua, eu gostaria que o público também pudesse compreender, minimamente, as origens da miséria em nossa sociedade e por que tantas pessoas acabam nas ruas. Por isso, montei uma oficina opcional, "A origem da miséria", de trinta minutos, que pode ser desenvolvida após a apresentação, onde, através de jogos participativos e reflexões coletivas, buscamos comprrender as raízes desse fenômeno que marca tão profundamente o mundo.

De acordo com o interesse do público, essa oficina pode ser ampliada, podendo chegar até mesmo a se tornar um curso de 2 dias, o "Como funciona a sociedade", que ministro como formardor do Núcleo de Educação Popular 13 de maio. Para maiores informações sobre outras oficinas e cursos que ministro, clique aqui! 

ofcina

Trajetória do "Circo da Miséria"

Desde criança me tocavam muito as figuras de palhaços vagabundos (na época, mal sabia que se chamavam assim): Didi Mocó (dos Trapalhões), Carlitos (de Charles Chaplin), o Chaves (do seriado mexicano). Foi por causa dessas figuras que, de alguma forma, decidi ser palhaço. Desde o começo, Magrólhos nasceu como um palhaço típico, mas havia, dentro de mim, essa vontade de explorar essa linhagem da palhaçaria, tão esquecida em nossos tempos. E, assim, vai se formando em meu coração o desejo de criar um espetáculo através do palhaço vagabundo, que retratasse a realidade de exclusão e invisibilidade do povo da rua.

Roberto Bolaños (criador do Chaves) vestido de Carlitos!

2014-2015

Magrólhos (jeff vasques) em atuação com Joeber, em ato contra a violência ao povo da rua

A realidade da população em situação de rua também sempre me tocou muito e, com o tempo e os estudos, era também motivo de revolta pelo abandono e descaso do Estado e da população. Já havia trabalhado, no período da universidade, em Campinas, com crianças e jovens em situação de rua no projeto "Mano a Mano".  Em 2014, me aproximo do Centro Pop e através da querida parceria com o Humberto José, assistente social

2015-2017

Nesse mesmo ano, o projeto "Circo da Miséria - o maior desespetáculo da Terra!" é selecionado pelo edital FICC 2014/2015 (Campinas) para produção e temporada de estreia! Começam os ensaios, contando com Luciane Olendzki, como orientadora cênica; Taiane Raffa, como assistente de direção; e Natasha Mota, nas fotografias.

Estreia tão bem acolhida pela Flaskô, fábrica ocupada pelos trabalhadores em Sumaré.

desse centro e militante da causa do povo da rua, passo a ministrar oficinas de palhaço pra essa população. Das oficinas, nasce o projeto de um espetáculo sobre tudo aquilo que traziam das ruas.

Ensaio do Circo da Miséria (Jeff Vasques, foto de Natasha Mota)
Foto Circo da Miséria (Jeff Vasques) na Flaskô - foto de Natasha Mota

De 2015  a 2017, realizei dezenas de apresentações, abaixo algumas das mais significativas!

(Clique na foto para vê-la em modo expandido!)

Para a apresentação que ocorreu na UFSCAR (2016), desenvolvi a oficina "As origens da miséria" que passa a ser uma opção de atividade pós-apresentação, além do tradicional papo desmistificando o povo da rua, para aprofundar o entendimento do que leva pessoas à rua. 

Magrólhos é entrevistado pelo SBT em seu giro por Mato Grosso (Nova Xavantina), na fome, come um bombom que achou no lixo da emissora e não se dá muito bem... 

2017

Em 2017, organizo um projeto para fazer um giro por São Paulo, pela região Sul e pra fora país, rodando a América. Esse projeto ganhou notoriedade e Magrólhos foi capa do Correio Popular (jornal de Campinas) e saiu na EPTV (Jornal televisivo da Globo em Campinas).

Magrólhos em sua kombi Dulcinéia na capa do jornal Correio Popular (Jeff Vasques)

2018

Em 2018, realizo o giro desse projeto, apresentando o Circo da Miséria em várias cidades dos estados de São Paulo e da região sul e, também, no Uruguai e na Argentina. Abaixo, veja algumas fotos das principais apresentações (Clique para ver em modo expandido!).

2019

Agenda de apresentações do Circo da Miséria - PROAC/2019 (Jeff Vasques)

O Circo da Miséria é selecionado pelo edital PROAC para circular o estado de São Paulo, passando por 20 cidades, focando em escolas, institutos e universidades públicas. Além do desespetáculo, foi ministrada a oficina "A miséria e o palhaço vagabundo".

Participei do Encontro Sudeste do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, onde apresentei também o Miserê!

IMG-20191019-WA0155.jpg

2020

2021

Circulação do Circo da Miséria pelo estado de São Paulo (PROAC) - realizada, parcialmente, de forma virtual, por causa da pandemia do coronavírus.

Apresentação em escola pública periférica de Campinas para o EJA

O Circo fecha temporariamente suas lonas surradas motivado pela pandemia do coronavírus.

Foto do Magrólhos em apresentação em praça pública

2022

2022.jpg

Torcendo para que a epidemia dê um descanso e o Miserê possa voltar às estradas!

trajetoria
bottom of page